
O primeiro ponto que merece ser destacado é justamente o seu roteiro e o desenvolvimento, já que o mesmo é simples, por vezes até batido, mas ainda assim de uma extrema eficiência dentro da proposta em questão. Não espere por uma introdução gigantesca aos personagens logo no início, na verdade, respostas vão surgindo de forma natural ao longo das cenas, já que a nova personagem está ali justamente para fazer as perguntas que esperamos as respostas.
Conhecida por filmes de romance, a diretora Gina Prince-Bythewood faz uma boa estreia no gênero ação. É fácil notar sua vontade de explorar mais a relação de Andy e seus parceiros imortais. Ela sabe que para a história se manter firme precisa dos personagens. Embora pouco explorado, de forma intencional, o arco de Andy é que mais consegue cativar o telespectador.

A violência é explícita, com sangue jorrando no melhor estilo Tarantino e os efeitos especiais são bem feitos na recuperação dos ferimentos. As cenas de luta são bem coreografadas e contam com um ótimo trabalho com dublês. A obra até chega a abordar o lado negativo da imortalidade, como a tristeza ao ver as pessoas morrerem enquanto eles continuam iguais. Entretanto, são apenas cinco minutos de cena para um assunto que poderia ter uma melhor abordagem.
Porém, o lado vilanesco do filme é um ponto negativo. O bilionário do ramo farmacêutico Merrick (Harry Melling) é extremamente caricato, do tipo que poderia soltar uma risada maléfica enquanto explica seu mirabolante plano. Sua principal função é apenas fornecer os soldados que são trucidados por Andy e sua equipe. Infelizmente é mais um vilão que passará batido entre tantos filmes que estream.
Concluindo, em The Old Guard, é muito óbvio em suas cenas, mas ainda assim necessários para chegar ao ponto esperado. É basicamente um preto no branco, com o foco justamente sendo o bem x mal e uma grande perseguição das duas partes cercando tudo isso. O longa é digno do gênero de ação e sem usar grandes explosões para isso, seguindo uma linha mais no estilo de combate corpo a corpo. Poderia ter sido melhor? Sim, poderia! Mas para entreter um pouco a nossa monôtona quarentena, a Netflix acertou!


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