CRÍTICA | Warrior Nun - 1ª temporada (2020, Netflix)


Warrior Nun é a mais recente grande aposta da Netflix para ser um fenômeno mundial. Criada por Simon Barry (mesmo de Van Helsing), a série é baseada nos quadrinhos de Ben Dunn. A trama é sobre um grupo de freiras guerreiras que fazem parte da Ordem da Espada Cruciforme, uma antiga organização secreta da igreja católica que luta contra demônios para proteger o divino.

Seguimos a história através de Ava (Alba Baptista), uma jovem tetraplégica e órfã que, após sua morte, volta à vida sob circunstâncias estranhas. O halo, a auréola de um anjo, é um antigo artefato utilizado há gerações pela líder das freiras e concede poderes para sua guardiã. E é justamente esse artefato que traz Ava de volta dos mortos, com saúde revigorada e com alguns poderes.


Warrior Nun tem um grande potencial para ser uma série de ação sobrenatural. Porém, os criadores seguem uma linha no estilo mais teen, seja para atrair o público mais jovem ou apenas por falta de orçamento para ter os efeitos especiais necessários. Como um todo, a série é uma grande salada de frutas. Partindo dos elementos do cristianismo, como as cruzadas e anjos e demônios, até inserir traços da cultura pop, os quais são responsáveis por sacadas inteligentes, mas que em muitas vezes são expostos de forma forçada e sem nenhum mérito de estar ali.

A série tenta trabalhar as subtramas e a evolução dos personagens tudo ao mesmo tempo, o que torna resultando em uma confusão entre o verdadeiro objetivo. O que deveria ser uma grande surpresa no final, acaba começando bem antes mas se desenvolve com preguiça, como todos os seus personagens em cena.

Mas você deve estar pensando que as cenas de luta e de poderes devem compensar a bagunça do roteiro preguiçoso, mas é aí que você se engana! Não há um momento em que suas lutas sejam emocionantes, a protagonista segue quase sempre fazendo piadas durante seu treinamento e ri o todo tempo de tudo. Algo que pode acabar irritando o telespectador. Sua falta de identidade, principalmente nas batalhas, acaba focando no uso de seus poderes, que se resumem a arremessar pessoas longe e atravessar paredes.


Um defeito que já é patológico na Netflix é a quantidade de episódios. Os 10 de 40 minutos de Warrior Nun tornam a série cansativa em alguns momentos, criando conteúdo extra que não precisavam existir. Três episódios são praticamente fillers (como existem em algumas séries do streaming) que travam a trama principal, tirando o foco da série, algo que pode prejudicar um pouco a experiência.

Contudo, Warrior Nun poderá trazer uma evolução em suas personagens em uma segunda temporada, e esperamos cenas de ação muito melhores. Mas agora, sua finalização assim como toda a sua trama é tão morna e sem pé nem cabeça, deixando toda sua história à desejar. A série tenta lidar com diversos problemas ao decorrer, e muitas das vezes segue o caminho errado para resolvê-las.





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