CRÍTICA | Anitta: Made in Honório (2020, Netflix)


A nova série documental da Anitta na Netflix já está disponível e decidimos fazer essa resenha por que, mesmo que não seja o nosso foco na cultura geek, a série é da Netflix e está sendo o assunto do momento em vários veículos de entretenimento. Então, decidimos dar o nosso veredito sobre Anitta: Made in Honório.

A série começa com os bastidores da apresentação da cantora pop em um transatlântico num festival promovido pela Rádio Mix em dezembro do ano passado. Totalmente antenada em tudo que acontece no universo pop e no que os seus fãs estão comentando, Anitta não esconde que sua carreira funciona como uma colcha de retalhos, em que as referências vão se costurando, às vezes de maneira óbvia e, outras, de forma sutil. Fazendo sucesso ou não, ela trabalha sem um dia de pausa, incansavelmente em busca de se manter no sucesso.

Entre o lançamento de Vai Anitta, em novembro de 2018, e este final de 2020, a vida da cantora virou um turbilhão de pressões midiáticas, com brigas, escândalos, mas também com muito sucesso. Por muitas vezes, a estrela precisou ir às suas redes sociais se defender das supostas chantagens do mesmo jornalista que escreveu sua “biografia” não autorizada. Mas nem tudo foi negativo, muito pelo contrário, a cantora produziu hits, como "Veneno", "Desce Pro Play", "Bola Rebola""Me Gusta" (sua parceria tão sonhada com Cardi B), "Terremoto" (seu aguardado single com Kevinho), entre outros sucessos.

Em dado momento de Made In Honório, o irmão da cantora, Renan Machado, fala sobre como às vezes é difícil trabalhar com ela, não só por ter muita cobrança, mas também por nunca haver elogio por parte de Anitta. Sabemos que impérios não são construídos com gentileza, mas, uma das muitas coisas que diferencia a estrela pop brasileira da rainha do pop Madonna, é que ela é acessível, amorosa com a própria família e com os amigos verdadeiros.

Uma das surpresas para os fãs e para a imprensa, é o fato de Anitta falar pela primeira vez sobre seu abuso sexual no qual sofreu quando tinha apenas 14 anos. E um dado momento, um dos pontos altos da série, a cantora mostra como foi difícil contar para os pais e para o irmão, a cena em que viveu com seu abusador na adolescência. Talvez, a série poderia ter adentrado mais nessa questão.

O lado negativo do documentário, são as desnecessárias sequências que tentam nos fazer acreditar que Anitta é espontânea o tempo todo e não calculista na forma como interage com os outros, como por exemplo, comemorar os gols do Flamengo na final da Libertadores 2019 com funcionários do aeroporto em frente às câmeras de um documentário, sabendo que cenas antes, vimos que a cantora é torcedora do Vasco da Gama desde sempre (time arquirrival do Flamengo). Mas, em um lado super positivo, é acompanhar a relação dela com a família e com as próprias origens e ver o quanto isso é realmente comovente.

Se Vai Anitta ficou marcado por ser focado no projeto Checkmate, Made in Honório explora o lado pessoal da cantora pop brasileira, com um misto de shows, ensaios para grandes apresentações (como o Rock in Rio 2019), viagens com a família e algumas polêmicas, até então, inéditas para o público. Talvez, Made in Honório, é exatamente tudo o que queríamos que Vai Anitta fosse.





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