O Batman é um dos maiores pilares da cultura pop há várias décadas e não podemos começar a falar desse novo filme, sem mencionar a grande trajetória do herói nas telonas. Desde Tim Burton à Christopher Nolan, o Bruce Wayne teve várias facetas diante do público. E aqui, em 2022, o herói se reinventa mais uma vez e entrega ao seu grande público, sua melhor e maior habilidade: seu lado detetive.
Sim, este Batman, de Robert Pattinson, é o Batman sem muita tecnologia e com mais naturalidade em seus equipamentos. É um Batman sem muito CGI (como foi com Ben Affleck) e com mais realidade em seus movimentos - de explosões à saltos de prédios.
A direção de Matt Reeves exalta uma Gotham problemática e corrupta - talvez, a Gotham mais "suja" da história da DC nos cinemas. Seus prédios, vielas e boates misturam uma arquitetura gótica e antiga com brilhantes telões e letreiros em neon que criam o ambiente perfeito para a terceira década do século 21.
Batman é um filme de relações! Bruce e Selina Kyle (Zoë Kravitz), Bruce e o comissário Gordon (Jeffrey Wright), Selina e Carmine Falcone (John Turturro), e a principal: Batman e Charada (Paul Dano). Ao longo de quase três horas de filme, a direção de Reeves estabelece as relações importantes para o desenvolvimento da história. O filme não tem pressa, pelo contrário, ele caminha com naturalidade e suavidade conforme os fatos vão sendo revelados para o público.
Dentro da proposta do roteiro, Robert Pattinson é a escolha perfeita para o papel. O ator foge da interpretação clássica, que sempre usou e ousou da persona pública de Bruce Wayne como fachada para o vigilante mascarado, e vai para o outro oposto e transmite toda a solidão de alguém que abriu mão de tudo da vida tradicional para focar todos os seus esforços em vingança.
Zoë Kravitz aproveita a complexidade da Mulher-Gato para uma construção charmosa e confiante da personagem, onde o controle e o descontrole do caos é uma linha tênue para ela. Mesmo distante da versão colorida e já conhecida por grande parte dos fãs, o Charada, de Paul Dano, se destaca graças a meticulosidade de cada passo executado para prender e enlouquecer a cabeça de Bruce. O Pinguim, de Colin Farrell, é um espetáculo à parte, sendo um misto de carisma e exageros que só um chefão do crime pode fazer!
O terceiro ato de Batman é um dos maiores já feitos em um filme do herói. As consequências dos atos de Charada afetam a cidade inteira de Gotham e é algo que o Batman não pode controlar. Em uma das poucas vezes, vemos o herói em uma situação sem saída e sem saber o que fazer quando ele olha a si mesmo e sabe que fracassou.
O filme, como um todo, é um misto de raiva, ódio, fúria, descontrole, suspense e uma pitada de adrenalina que nos faz querer mais e mais a cada decisão que o roteiro escolhe seguir. Batman é um acerto da DC e da Warner Bros. em um mundo onde o cinema de super-herói é dominado pela Marvel Studios e seus heróis. Sim, é a melhor versão do Batman nos cinemas.
Seria essa, a gota de esperança e entusiasmo que faltava para a DC correr atrás dos dias de glória?
nota do crítico:
9.5

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