Quantumania é um começo problemático para a Fase 5 do MCU | CRÍTICA


O novo filme se passa após os eventos de Vingadores: Ultimato (2019). A vida de Scott Lang (Paul Rudd) vai bem melhor do que quando o conhecemos, entre escrever seu próprio livro e tirar a filha Cassie (Kathryn Newton), agora adolescente, da cadeia, a vida de super-herói parece ter ficado um pouco de lado. Isso até a família, que inclui os veteranos Hope Van Dyne (Evangeline Lilly), Hank Pym (Michael Douglas) e Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer), ser sugada para o Reino Quântico e cair nas mãos do ameaçador e misterioso Kang (Jonathan Majors).

Dito isso, o filme é uma grande aventura pelo Reino Quântico - já apresentado lá em 2015, no filme original do personagem. E aqui, vale muito destacar o trabalho dos artistas, designers e, especialmente, da equipe de VFX (computação gráfica) do filme. O "mundo abaixo do nosso", como citado no filme, é realmente muito bem desenhado e bem ambientado e se nós reclamamos tanto do CGI nas recentes produções da Marvel, este ponto é um grande êxito em Quantumania. É uma mistura brilhante de Star Wars (por causa das criaturas e seres peculiares) e Mad Max.

Mas não é só o CGI que merece aplausos. O elenco aqui, é bem encaixado e tem boas atuações entre o vai e vem da trama. Michelle Pfeiffer e Jonathan Majors (Janet e Kang, respectivamente) brilham em cena. Janet fica responsável por nos explicar mais sobre nosso grande vilão, em questão, e sobre as adversidades desse novo "mundo" que estamos conhecendo. Por outro lado, após ter aparecido na série LOKI (2021), Jonathan entrega o tom refinado e ameaçador que um grande vilão de quadrinhos deve ter. Kang rouba a cena como um dos melhores vilões dos recentes filmes de super-herói. Ele assusta, ele ameaça e ele executa sem medo.

Porém, nem com um super vilão, um super novo mundo e personagens carismáticos, o filme escapa de algumas falhas que tem sido recorrentes na Marvel. Aqui, as tramas individuais continuam sendo pouco exploradas como mereciam. O passado de Janet no Reino Quântico é pouco explorado, a história de poder e sucesso de Kang sequer é retratada em tela e a relação Scott Lang e Cassie também fica com um gostinho de quero mais - ponto chave do filme, já que é um filme sobre família e suas relações. Claro que nem tudo caberia em apenas 2 horas de filme, mas o problema é que a Marvel comete os mesmos erros com personagens diferentes, algo preocupante para o futuro, visto que, para derrotar Kang, precisará da união de todos os heróis e suas diferenças.

Porém, a falta de aprofundamento nas subtramas, se deve ao fato, de que o ritmo do filme é mais aventuresco e frenético por apresentar novas culturas, raças e personagens. A relação entre os personagens, mesmo que pouco aprofundada, e a distribuição de seu tempo em tela mantém a história cativante do começo ao fim. O quinteto é forçado a colocar a mão na massa, o que rende alguns dos melhores momentos da trilogia.

Eu, Matheus, fui pra sessão bem desanimado com algumas críticas gringas que eu havia lido sobre o filme, mas saio da sala feliz e esperançoso. Feliz por que Quantumania não é tão ruim quanto diziam, mas também está longe da perfeição. Eu consegui me divertir e me conectar com os personagens e a aventura - algo que estava difícil nos novos projetos do MCU. Longe de ser ruim, o filme eleva o nível da franquia, mas ainda fica travado em mostrar o épico que os roteiristas tanto anseiam para o herói.

NOTA: ★★★


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