Shazam! 2 se esforça, enquanto Zachary Levi decepciona | CRÍTICA


Após alguns adiamentos, Shazam! Fúria dos Deuses finalmente chegou aos cinemas e vem trazendo muita ação e CGI de boa qualidade consigo! Estrelado por Zachary Levi, Asher AngelJack Dylan Grazer, Lucy Liu Helen Mirren, a nova aventura entrega ainda mais ação, monstros e mitologia do que seu original, lançado em 2019.

O longa repete a dinâmica de seu antecessor, apostando muito mais em uma trama simples, bem contada e bem-humorada com vários raios e relâmpagos do que em criar conexões profundas com outros filmes ou mesmo em apontar um caminho para o futuro do DCU. Mais do que ser um grande capítulo desse universo complicado da DC Comics, Shazam! 2 é, mais uma vez, sobre relações familiares. E isso fica bem claro tanto na trama envolvendo os heróis quanto nas próprias vilãs. E esse é o centro da trama. Tudo que os personagens prometem entregar para o público, tem influências familiares.

E se o coração do filme são as relações familiares, então a parte chave para um bom entretenimento são seus personagens. E o diretor David F. Sandberg entrega o melhor do elenco com carisma, bom humor e atuações cativantes. Nada é extravagante e nem precisa reinventar nada. Na atual fase da DC, a fórmula para um bom filme, é entreter seus telespectadores com sinceridade e bom coração, por que depois de tanta porrada que os fãs levaram recentemente, com cancelamentos e adiamentos, a gente só quer voltar a sorrir e se divertir na sala do cinema, e nisso, Shazam! Fúria dos Deuses entrega com maestria.

Os efeitos especiais, ou o famoso CGI, está muito melhor do que qualquer produção recente da Marvel Studios e com isso, chegamos a conclusão de que o tempo para se produzir e editar um filme, é realmente crucial para o resultado do material final ser acima da média, como é visto neste caso. Porém nem tudo são rosas e o protagonista entrega um incômodo fora do comum em seu desempenho diante das telonas.

Se o elenco entrega boas e carismáticas atuações ao longo de suas duas horas e dez minutos, o mesmo não pode ser dito de Zachary Levi diante do herói título. Quando Billy grita a palavra mágica e se transforma, ele não ganha apenas um corpo de adulto, mas o que incomoda é que ele se transforma no próprio ator com tom de comediante e bastante abobalhado  — o que incomoda a partir de um ponto. Primeiro porque o ator parece estar sempre entrega o automático, optando por uma atuação exagerada e muito caricata que fica cansativa em pouco tempo de filme.

Mais do que isso, é um tipo de comportamento que não casa com aquilo que vimos no Billy adolescente, interpretado por Asher Angel. Sem os poderes, o personagem parece ter amadurecido muito mais em seu cotidiano familiar e estudantil. Embora apareça em poucos momentos, ele sempre é muito sério e centrado no que precisa ser feito e sem todo o jeito desnecessário e chato de Levi. No primeiro filme, esse exagero bobo funciona porque Billy também era assim como adolescente, mas neste, o personagem fica fora de tom e bastante cansativo.

Shazam! Fúria dos Deuses é uma jornada exagerada em tudo que se propõe. Desde o tom cômico do protagonista até as batalhas mais malucas e alucinantes em CGI. Diferente da aventura um tanto quanto pastelona do filme original, agora Shazam e sua familia precisam enfrentar as temidas Filhas de Atlas, deusas que estão dispostas a fazer de tudo para recuperar um poderoso artefato. Vividas pelas atrizes Helen Mirren, Lucy Liu e Rachel Zegler, as vilãss configuram a principal ameaça do filme. Mirren e Liu demonstram um maior domínio de seus papéis, proporcionando ao público performances caricatas e que combinam com a energia do longa.

Pra mim, Matheus, que fui ao cinema esperando algo parecido com o Shazam! de 2019, sai da sala do cinema feliz por ter revisitado o universo maluco e abobalhado do herói. E mesmo que Zachary Levi tenha me incomodado em vários momentos, e eu ter me perdido da trama por causa da atuação caricata e chata dele, é um bom divertimento e um bom entretenimento do gênero para um domingo a tarde com uma pipoca quentinha. Deu risada? Sim! Mais que no primeiro filme. A DC não prometeu nada grandioso, e entregou leveza e um humor bem acertado.

NOTA: ★★★

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