Super Mario Bros. é um deleite nostálgico aos gamers dos anos 2000 | CRÍTICA


Super Mario Bros.
 chegou e digo aqui que, foi uma das melhores experiências cinematográficas que eu tive nos últimos meses. Assistir ao filme foi como começar a jogar o jogo no Super Nintendo System e revivar boa parte da minha infância gamer. Colorido, cheio de vida e com bom humor no coração, o filme te entrega momentos emocionantes que tocam na alma, aquela criança (pra minha geração) que passava a tarde e a madrugada tentando cumprir todas as "fases" e "missões" do Mario Bros.

A franquia de jogos Super Mario, diferente de The Last of Us ou Resident Evil, nunca foi conhecida por ter uma história muito aprofundada e cheias de reviravoltas para entreter o jogador. A essência do roteiro na maioria dos games é a mesma: Mario precisa impedir Bowser de sequestrar Peach. E o filme entrega justamente isso, é como se estivessemos nos assistindo a completar cada fase e vencer o Browser no final.

Por falar no Browser, ele é simplesmente espetacular. O roteiro acerta ao manter as motivações simples dos jogos com a adição de uma certa pompa que lhe cai muito bem. Bowser consegue ser ao mesmo tempo temível em frente aos seus inimigos e espalhafatoso quando está sozinho. Um verdadeiro vilão cômico.


Para os jogadores, a visita ao Reino Cogumelo é um mergulho em um oceano de referências e piadas que vão remeter a um ou outro game. São dezenas de brincadeiras com personagens ou situações que só vão fazer sentido para esse público, mas que estão presentes no fundo da tela ou em um diálogo rápido que não alheia quem não está tão familiarizado assim.

Os cenários gigantescos ganham vida extra durante as muitas cenas de ação. Quem jogou qualquer game da franquia certamente lembra de momentos que ficaram marcados na memória: seja um salto improvável, um poder favorito ou até um nível icônico. E o longa acerta em aproveitar a linguagem que tornou o game tão especial, sua jogabilidade fluida, para construir sequências visualmente irresistíveis. A mesma sensação de movimento, liberdade e invencibilidade que surge ao disparar por uma fase, derrotando todos os inimigos em seu caminho, está no cerne da ação do filme.

Não espere um roteiro super complicado, profundo e cheio de camadas, como em Gato de Botas: O Último Pedido ou Pinóquio de Guillermo Del Toro. Mas não quer dizer que não existam lições a serem absorvidas no desenvolvimento de cada personagem. Por exemplo, tanto Mario quanto Donkey Kong enfrentam problemas de autoestima decorrentes da pressão paterna, o que pode reverberar entre muitas crianças (e até alguns adultos).


Ao longo do filme, minha preocupação não era acompanhar uma trama mirabolante com sentimentos profundos dos personagens como um terapeuta. Este é um filme leve que você pode simplesmente curtir, de uma forma que não é feita há uns anos. A grande missão aqui, é mostrar por que uma ideia tão simples de um encanador pulando em tartarugas para salvar uma princesa é tão poderosa a ponto de marcar gerações.

Eu saí da sessão, com a satisfação de saber que quando as coisas ruins tomarem parte do meu dia, eu posso fazer um mergulho de 90 minutos neste filme, e depois disso, voltar a sorrir para o mundo. Super Mario Bros.: O Filme acerta como um casco de tartaruga bem no coração do que faz os games do Mario funcionarem tão bem com todas as idades. Esta é uma história para toda a família, onde a produção consegue alcançar toda a grandiosidade do ícone dos games da melhor maneira possível.

NOTA: ★★★★

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