
Após tantos projetos da Marvel Studios em 2021, chegamos ao seu último lançamento: Gavião Arqueiro, a série responsável por introduzir Kate Bishop, finalmente, ao MCU. A série agrada, mas não é memorável; a série ganha, no mesmo ritmo em que perde; encanta com a Kate, mas comete deslizes com Clint. Depois de todo esse tempo de MCU, a gente esquece que nem sempre os heróis precisam lutar com alienígenas, robôs assassinos ou lidar com algum "raio azul" no céu que pode acabar com toda a existência.
A trama é situada durante a semana do Natal de 2024, um ano após o blip de Vingadores: Ultimato. Clint Barton (Jeremy Renner) está cansado e com sequelas da batalha contra Thanos. Ele perdeu parte da audição e só deseja aproveitar o período natalino com sua família no tradicional Rockefeller Center em Nova York. Enquanto isso, Kate Bishop (Hailee Steinfeld) encontra o traje do Ronin durante um leilão. Ao vestir o traje, ela se torna alvo de todos os inimigos que o Ronin criou durante os cinco anos que Clint vestiu o manto após o blip de Thanos. E é aí que os caminhos dos dois arqueiros se cruzam.
A conexão entre Jeremy Renner e Hailee Steinfeld, equilibrando a diversão e o drama de trabalharem juntos com a missão de salvar Nova York do crime organizado, fazem os seis episódios serem pouco para série. Dava pra assistir à um ou dois episódios só com os dois conversando e interagindo sobre ser um Vingador e a responsabilidade de ser herói sem super poderes e ainda ter uma família.
Gavião Arqueiro puxa o universo Marvel de volta para essa simplicidade que sempre foi tão comum nos quadrinhos e se perdeu, um pouco, com a grandiosidade do cinema. A série traz a suavidade que uma história de Natal precisa ter ao mesmo tempo em que se permite para rir de si mesma. Porém, a série sofre ao não estabelecer seu antagonista de forma clara, deixando certas coisas óbvias, mas falha em desenvolver um ponto central para a narrativa e para o público, que chega ao final da série, sem surpresa alguma sobre o vilão e sua gangue. A produção peca por não ter um final tão grandioso e satisfatório como os filmes do Homem-Aranha, de Sam Raimi. Não será tão fácil lembrar do último episódio e tão pouco, infelizmente, vamos tentar revê-lo.
O trabalho da direção, a cargo de Bert & Bertie e Rhys Thomas, é o mais fraco de todas as séries da Marvel Studios este ano. Se WandaVision lidou de forma brilhante com o luto e a perda de alguém tão importante, Gavião Arqueiro não soube aproveitar o lado familiar e o fato da atriz Aqua Cox com sua deficiência auditiva.
Além de um roteiro que pouco trabalha os personagens secundários, a série ainda encontra um tempo para promover surpresas, como o retorno de Yelena Belova, vivida pela brilhante Florence Pugh. A personagem foi introduzida em Viúva Negra (2021), que preparou o terreno para um embate contra Clint.
Por fim, Gavião Arqueiro é uma ótima aventura natalina e um bom entretenimento heróico, porém, não é tão memorável quanto What If...? e WandaVision.
nota do crítico:
7.0
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