John Wick 4 é uma explosão de ação, dentro de um gênero saturado | CRÍTICA


O quarto capítulo da franquia John Wick chega aos cinemas, trazendo bastante agrado e notas positivas por parte da crítica. John Wick 4: Baba Yaga marca o retorno do diretor Chad Stahelski, mas sem a presença do criador da franquia, Derek Kolstad. Embora Stahelski entregue ótimas cenas de ação (no estilo Missão: Impossível), o filme deixa a desejar em termos de profundidade narrativa, provavelmente devido à ausência da mão orientadora de Kolstad.

Há um brilhante trabalho de fotografia, desenvolvido pelo polonês Dan Laustsen, que já trabalhou em outros filmes da franquia e aqui, conseguiu elevar seu nível para capturar as belíssimas paisagens de Osaka, Berlim e especialmente Paris, como a perseguição do Arco do Triunfo. É impressionante como Laustsen e sua equipe conseguiram tantas cenas externas, mesmo que a produção tenha acontecido no turbulento período pandêmico.


Keanu Reeves
entrega, mais uma vez, uma atuação poderosa e claro, carismática, mostrando a evolução do personagem filme após filme. O ator prova de novo, que é um dos maiores astros de ação do cinema atual, ao lado de Tom Cruise e Daniel Craig. Sua performance em John Wick 4 é impressionante, e um ponto que precisa ser ressaltado, é sua profissionalidade nas sequências de ação, que são longas, intensas e desafiadoras para o ator. O elenco de apoio, incluindo Ian McShane, Lance Reddick e Laurence Fishburne, também entregam performances de alto nível, elevando ainda mais a qualidade do filme. A atuação de Bill Skarsgård como o vilão do filme é um dos destaques desta produção, embora o roteiro apresenta algumas falhas que prejudicam o seu desenvolvimento.

A história do filme anseia desesperadamente em ser maior, em todos os sentidos, do que os filmes que a antecedem. O primeiro sinal disso é o mais fácil de perceber: tempo. Há quase uma progressão geométrica na duração das sequências, começando com De Volta ao Jogo com 101 minutos, seguindo com Um Novo Dia para Matar com 122 minutos, pulando para 130 minutos com Parabellum e alcançando 169 minutos agora com Baba Yaga. O diretor Chad Stahelski infla a história, com muitas subtramas desnecessárias, deixando-o levemente cansativo. Um exemplo disso é toda a subtrama envolvendo Scott Adkins, irreconhecível como o gângster Killa, poderia ser retirada do filme.


Porém, a franquia tem um ponto extremamente positivo, que é criar vilões memoráveis e excelente. Os vilões do filme (interpretados por Donnie Yen, Bill Skarsgård e Scott Adkins) são tão particulares, excêntricos e estranhos que lembram os vilões daqueles filmes mais leves e divertidos de James Bond e nos causa nostalgia de ver boas maneiras de se criar vilões na dramaturgia.

Por fim, John Wick 4: Baba Yaga é uma experiência emocionante, que continua a elevar os padrões de ação e narrativa em um gênero tão saturado ultimamente. Com um elenco talentoso e uma direção habilidosa, o longa se torna um dos melhores entretenimentos dos últimos tempos, ao lado de Avatar: O Caminho da Água e Top Gun: Maverick, como as melhores experiências cinematográficas no período pós-pandemia.

NOTA: ★★★★

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